Uma reputação genuína (2Co 3)
Comentário Bíblico / Produzido por Projeto Teologia do Trabalho
Paulo começa esta seção de 2Coríntios com duas perguntas retóricas, ambas esperando uma resposta negativa. [1]
Murray J. Harris, The Second Epistle to the Corinthians: A Commentary on the Greek Text (Grand Rapids: Eerdmans, 2005), p. 258. Ver Cicero, Epistulae ad Familiares (The Letters to His Friends), 13.6a. Ver uma discussão ampla em Peter Marshall, Enmity in Corinth: Social Conventions in Paul’s Relations with the Corinthians, Wissenschaftliche Untersuchungen zum Neuen Testament 2.23 (Tübingen: Mohr Siebeck, 1987), p. 91–129, esp. 93–95.
Paulo não tinha necessidade delas em nenhum aspecto. Os crentes de Corinto o conheciam intimamente. A única carta de recomendação que ele exigia já estava escrita no coração deles (2Co 3.3). Sua própria existência como igreja, bem como suas conversões individuais em resposta à pregação de Paulo, era tudo o que Paulo precisava ou queria em relação ao seu apostolado. Eles podiam ver o fruto do trabalho de Paulo, que não deixou dúvidas de que ele era um apóstolo enviado por Deus. Além disso, Paulo insiste que ele não está reivindicando competência com base em sua própria força. “Nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.5), ele escreve. A questão não é se Paulo acumulou credenciais e recomendações, mas se seu trabalho é uma contribuição para o reino de Deus.
Como construímos nossa reputação hoje? Nos Estados Unidos, muitos jovens escolhem suas atividades com base não em como podem contribuir da melhor forma para sua comunidade, ou mesmo com o que realmente gostam, mas pensando no peso que as atividades terão em uma inscrição para uma universidade ou escola de pós-graduação. Isso pode prosseguir durante nossa vida profissional, onde cada designação de trabalho, afiliação profissional, jantar e evento social são calculados para nos associarmos a pessoas e instituições de prestígio. Paulo escolheu suas atividades com base em como ele poderia servir melhor às pessoas que amava. Seguindo sua liderança, devemos trabalhar de modo a deixar evidências sólidas de trabalho bem-feito, de resultados duradouros e de pessoas cujas vidas foram impactadas para melhor.