Provérbios e o trabalho
Comentário Bíblico / Produzido por Projeto Teologia do TrabalhoIntrodução a Provérbios
Voltar ao índice Voltar ao índiceQual é a diferença entre ser inteligente e ser sábio? A sabedoria vai além do conhecimento. É mais do que um catálogo de fatos. É uma compreensão magistral da vida, uma arte prática de viver e uma experiência em tomar boas decisões. Provérbios nos desafia a adquirir conhecimento, a aplicar esse conhecimento em nossa vida e a compartilhar a sabedoria que adquirimos com os outros.
Para onde podemos ir em busca de sabedoria? O livro afirma que a sabedoria vai além do conhecimento, mas deve começar com o conhecimento dos provérbios. [1] “Estes são os provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel. Eles ajudarão a experimentar a sabedoria e a disciplina; a compreender as palavras que dão entendimento” (Pv 1.1-2). Para produzir sabedoria, o conhecimento deve ser misturado com o temor do Senhor. [2] “Temor [em hebraico yare] do Senhor” é frequentemente usado no Antigo Testamento como sinônimo de “viver em resposta a Deus”. O livro de Provérbios declara que “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento” (Pv 9.10). Conhecimento sem compromisso com o Senhor é tão inútil quanto cimento sem água para fazer argamassa. Paradoxalmente, aceitar os provérbios pela fé no coração produz o temor do Senhor. “Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos... então você entenderá o que é temer o Senhor e achará o conhecimento de Deus” (Pv 2.1,5).
A verdadeira sabedoria para o cristão envolve toda a revelação de Deus, especialmente como é conhecida em seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Começa com a percepção de quem é o Senhor, o que ele fez e o que ele deseja para nós e para o mundo em que vivemos. À medida que crescemos em nossa compreensão do Senhor, aprendemos a cooperar com ele enquanto ele sustenta e redime o mundo. Isso muitas vezes nos torna mais frutíferos, de maneiras que beneficiam a nós mesmos e de maneiras que ajudam os outros. Isso nos leva a reverenciar o Senhor em nossa vida e trabalho diários. “O temor do Senhor conduz à vida: quem o teme pode descansar em paz, livre de problemas” (Pv 19.23).
Em Provérbios, adquirir sabedoria também nos torna bons e vice-versa. Não adquirimos verdadeiramente sabedoria até que a apliquemos em nossa vida. “Os sábios são cautelosos e se desviam do mal” (Pv 14.16). “A boca do justo produz sabedoria” (Pv 10.31). Provérbios antecipa a admoestação de Jesus: “Sede sábios como as serpentes e inocentes como as pombas” (Mt 10.16). A sabedoria vem do Senhor. “Eu lhes ensinei o caminho da sabedoria; Eu os guiei pelas veredas da retidão”, declara o Senhor (Pv 4.11). Em Provérbios, o mental e o moral se unem, e a sabedoria reflete a verdade de que um Deus bom ainda está no comando.
O livro de Provérbios também adverte aqueles que negligenciam o crescimento em sabedoria. A sabedoria, personificada em todo o livro como uma mulher, [3] fala: “Todo aquele que me encontra, encontra a vida e recebe o favor do Senhor. Mas aquele que de mim se afasta, a si mesmo se agride; todos os que me odeiam amam a morte” (Pv 8.35-36). A sabedoria traz uma vida maior e mais plena. A falta de sabedoria diminui a vida e, em última análise, leva à morte.
O livro de Provérbios nos diz ainda que a sabedoria que adquirimos não é apenas para nós mesmos, mas também para compartilharmos com os outros, a fim de ajudar “a dar prudência aos inexperientes e conhecimento e bom senso aos jovens” (Pv 1.4). Também somos recomendados a “instruir o homem sábio” e “ensinar o homem justo” (Pv 9.9). Provérbios 26.4-5 aconselha o leitor quanto a compartilhar sabedoria com um tolo. Compartilhamos sabedoria não apenas ensinando, mas também vivendo com sabedoria, transmitindo sabedoria àqueles que nos veem e seguem nosso exemplo. O oposto também é verdadeiro. Se vivermos tolamente, outros podem ser tentados a fazer a mesma tolice, e prejudicaremos não apenas a nós mesmos, mas a eles mesmos. Muitas vezes, o progresso no trabalho de nossa vida nos torna cada vez mais visíveis, e os efeitos de nossa sabedoria ou loucura influenciam cada vez mais pessoas. Com o tempo, isso pode ter as consequências mais profundas, pois “o ensino dos sábios é fonte de vida, e afasta o homem das armadilhas da morte” (Pv 13.14).
Sobre o livro de Provérbios
Voltar ao índice Voltar ao índiceEm todo o Antigo Oriente Próximo, os governantes costumavam incumbir sábios para que reunissem a sabedoria aceita em sua nação, a fim de instruir os jovens que ingressavam em profissões ou serviços governamentais na corte real. [1] Esses dizeres sábios, destilados da observação da vida e das realidades da experiência humana, tornavam-se o texto para as gerações futuras, à medida que atingiam a idade adulta. O livro de Provérbios, no entanto, reivindica o próprio rei Salomão como seu principal autor (Pv 1.1) e reivindica que sua inspiração vem do Senhor. “Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o conhecimento e o discernimento” (Pv 2.6). O livro exige fé no Senhor, não na experiência humana.
“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento” (Pv 3.5). “Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema o Senhor e evite o mal” (Pv 3.7). Outros manuais antigos do Oriente Próximo implicam ou assumem uma origem divina da sabedoria que ensinam, mas Provérbios é enfático ao atribuir sabedoria única e diretamente ao Senhor. [2] A mensagem central do livro é que a verdadeira sabedoria é baseada em nosso relacionamento com Deus: não podemos ter verdadeira sabedoria sem um relacionamento vivo com o Senhor.
Assim, os provérbios deste livro são mais do que mero senso comum ou bons conselhos; eles nos ensinam não apenas a conexão entre nossas ações e nosso destino, mas também como criar uma comunidade pacífica e próspera sob o Senhor, a fonte da verdadeira sabedoria.
Ao mesmo tempo, esses ditos curtos e concisos que chamamos de provérbios são generalizações sobre a vida, não promessas atomizadas. Deus trabalha por meio deles para guiar nosso pensamento, mas devemos ter cuidado para não transformar a coleção de provérbios em um saco de biscoitos da sorte. Nenhum provérbio isolado pode ser tomado como expressão de toda a verdade; ele deve ser considerado à luz do contexto mais amplo de todo o livro. [3] Somente um tolo leria “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anosa não se desviará deles” (Pv 22.6) e concluiria que uma criança é um robô programado. O provérbio ensina que o treinamento dos pais tem seu efeito, mas deve ser trabalhado em conjunto com outros provérbios que reconhecem a responsabilidade de cada pessoa por sua própria conduta, como: “Os olhos de quem zomba do pai, e, zombando, nega obediência à mãe, serão arrancados pelos corvos do vale, e serão devorados pelos filhotes do abutre” (Pv 30.17). Dominar os provérbios requer tecer um manto de sabedoria a partir de toda a coleção. Obter sabedoria do livro de Provérbios requer estudo ao longo da vida.
Essa não é uma tarefa simples. Alguns dos provérbios estão em tensão uns com os outros, embora não em oposição direta. Outros são apresentados com uma ambiguidade que força o leitor a refletir sobre várias interpretações possíveis. Deve-se prestar muita atenção a quem o provérbio se dirige. A advertência: “Não ame o sono” (Pv 20.13) é um provérbio dirigido a todos os filhos de Deus (veja Pv 1.4-5), mas a garantia: “O seu sono será tranquilo” (Pv 3.24) é dirigida àqueles que não perdem de vista a sabedoria e o entendimento (Pv 3.21). O livro de Provérbios é atemporal, mas a aplicação de provérbios deve ser oportuna, como o livro de Jó ilustra (veja Jó e o trabalho em www.teologiadotrabalho.org). Os provérbios são pedras de toque no lento desenvolvimento da virtude e levam muito tempo para serem entendidos. “Se o sábio lhes der ouvidos, aumentará seu conhecimento, e quem tem discernimento obterá orientação para compreender provérbios e parábolas, ditados e enigmas dos sábios” (Pv 1.5-6).
O livro de Provérbios contém sete coleções. A coleção 1 (Pv 1.1—9.18) contém extensos discursos que buscam preparar o coração do discípulo para as palavras sucintas nas coleções que seguintes. A coleção 2 (Pv 10.1—22.16) são “provérbios de Salomão”. A coleção 3 (Pv 22.17—24.22) abrange os “ditados dos sábios”, que provavelmente são adotados e adaptados por Salomão, [4] e a coleção 4 (Pv 24.23-34) estende isso com “outros ditados dos sábios”. A coleção 5 (Pv 25.1—29.27) abrange “outros provérbios de Salomão, compilados pelos servos de Ezequias, rei de Judá”, após vasculhar registros antigos do tempo de Salomão. (Ezequias reinou cerca de 300 anos depois de Salomão.) A coleção 6 (Pv 30.1-33) e a coleção 7 (Pv 31.1-31) são atribuídas a Agur e a Lemuel, respectivamente, sobre os quais pouca coisa se sabe. [5] O resultado final é uma única obra de ditos, conselhos, instruções e advertências, estruturada como um manual para jovens que estão começando sua vida profissional, bem como e pessoas de todas as idades, desafiando cada um a buscar a sabedoria do Senhor (Pv 1. 2-7).
Os provérbios mais frequentemente são dispostos em duplas contrastantes: diligência x preguiça, honestidade x desonestidade, planejamento x decisões tomadas às pressas, agir com justiça x tirar vantagem dos vulneráveis, buscar bons conselhos x arrogância, e assim por diante. Os provérbios no livro falam mais sobre nosso discurso sábio do que sobre qualquer outro assunto, com o segundo maior número abrangendo trabalho e seu correlato, o dinheiro. Embora o livro se divida nas sete coleções mencionadas acima, os provérbios dessas coleções voltam repetidamente aos mesmos tópicos. Por esse motivo, este artigo discutirá os ensinamentos relacionados ao trabalho por tópico, em vez de percorrer cada coleção na ordem em que aparecem no livro. Uma tabela de versículos, com links para os locais em que são discutidos no artigo, pode ser encontrada ao final desse artigo. Isso tem como objetivo ajudar os leitores a localizarem em que parte do artigo um versículo ou passagem específica é discutido, não encorajar os leitores a ler versículos individuais de forma isolada.
Uma prática que muitos cristãos no ambiente de trabalho acham útil é ler um capítulo do livro por dia, correspondente ao dia do mês. (Provérbios tem 31 capítulos.) Muitos tópicos do livro são cobertos por vários provérbios, espalhados por todo o livro, o que significa que cada um deles será encontrado em vários dias diferentes de cada mês. Esse tipo de repetição é uma ajuda para o aprendizado. Além disso, nossa receptividade aos tópicos muda de acordo com o que está acontecendo em nossa vida. À medida que nossas circunstâncias mudam ao longo do mês, um tópico que não chamou nossa atenção em um dia pode se tornar significativo em outro. Com o tempo, somos capazes de extrair mais sabedoria do que se encontrássemos cada tópico apenas uma vez. Por exemplo, no dia 14 de um determinado mês, você leria o capítulo 14, mas talvez não notasse o tópico da opressão dos pobres no versículo 31. (“Oprimir o pobre é ultrajar o seu Criador.”). Mas talvez, ao longo do mês, você note um morador de rua, veja uma notícia sobre pobreza ou mesmo fique sem dinheiro. Você pode estar preparado para prestar atenção ao assunto quando ele surgir novamente no dia 17 (“Quem zomba dos pobres mostra desprezo pelo Criador deles”; Pv 17.5), ou o no dia 21 (“Quem fecha os ouvidos ao clamor dos pobres também clamará e não terá resposta”; Pv 21.13), ou no dia 22 (“Não explore os pobres por serem pobres”; Pv 22.22), ou ainda no dia 28 (“Quem aumenta sua riqueza com juros exorbitantes ajunta para algum outro, que será bondoso com os pobres”; Pv 28.8). Além disso, o assunto é abordado de forma um pouco diferente a cada vez, dando a oportunidade de obter perspectivas mais profundas sempre que é repetido.
O que os provérbios têm a ver com trabalho?
Voltar ao índice Voltar ao índiceA preocupação central do livro é o chamado para viver a vida em reverência a Deus. Esse chamado abre (Pv 1.7), permeia (Pv 9.10) e encerra o livro (Pv 31.30). Os provérbios nos dizem que bons hábitos de trabalho honram a Deus, crescem a partir do caráter formado por nosso temor a Deus e geralmente levam à prosperidade. De fato, o temor do Senhor e a sabedoria são diretamente equiparados. “Você entenderá o que é temer o Senhor e achará o conhecimento de Deus. Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o conhecimento e o discernimento” (Pv 2.5-6).
Os provérbios, em outras palavras, têm a intenção de formar o caráter divino (ou piedoso) naqueles que os leem. Essa é a razão pela qual muitos dos provérbios se fundamentam explicitamente no caráter divino, o que é mostrado tanto pelo que Deus odeia quanto pelo que ele se deleita:
Há seis coisas que o Senhor odeia ... (Pv 6.16)
O Senhor repudia balanças desonestas, mas os pesos exatos lhe dão prazer. (Pv 11.1)
Os olhos do Senhor estão em toda parte. (Pv 15.3)
O caráter piedoso — isto é, a sabedoria — é essencial em toda a vida, incluindo o trabalho. Uma olhada nos provérbios demonstra que o livro tem muito a contribuir para o trabalho. Muitos dos provérbios falam diretamente sobre as atividades no ambiente de trabalho do Antigo Oriente Próximo, incluindo agricultura, pecuária, fabricação de tecidos e roupas, comércio, transporte, assuntos militares, governança, tribunais, tarefas domésticas, criação dos filhos, educação, construção e outros. O dinheiro — que está intimamente relacionado ao trabalho — também é um tópico de destaque. Muitos outros provérbios cobrem tópicos que se aplicam significativamente ao trabalho, como prudência, honestidade, justiça, perspicácia e bons relacionamentos.
A Mulher Valente (Provérbios 31.10-31)
Voltar ao índice Voltar ao índiceUma conexão notável entre o livro de Provérbios e o mundo do trabalho ocorre no final do livro. A Sabedoria, que encontramos no início do livro (Pv 1.20-33; 8.1—9.12), reaparece com roupas comuns nos 22 versículos finais do livro (Pv 31.10-31) como uma mulher de carne e osso, comumente conhecida como “a mulher virtuosa” (ARA). Alguns tradutores usam “esposa” em vez de “mulher”, provavelmente porque o marido e os filhos da mulher são mencionados na passagem. (Tanto “esposa” quanto “mulher” são traduções possíveis do hebraico ishshah.) De fato, ela encontra realização em sua família: “Seu marido é respeitado na porta da cidade, onde toma assento entre as autoridades da sua terra” (Pv 31.23). Mas o texto enfoca o trabalho da mulher como empresária que tem uma indústria caseira com seus servos/empregados para administrar (Pv 31.15). [1] O texto de Provérbios 31.10-31 não se aplica apenas ao ambiente de trabalho; ele se passa em um ambiente de trabalho.
O livro de Provérbios é resumido, então, em um poema que elogia uma mulher que é a sábia gerente de diversos empreendimentos, desde a tecelagem até a produção de vinho e o comércio no mercado. Os tradutores usam palavras como “virtuosa” (ARA), “exemplar” (NVI) e “excelente” (ESV) para descrever o caráter dessa mulher em Provérbios 31.10. Mas esses termos não conseguem capturar o elemento de força ou poder presente na palavra hebraica utilizada (chayil). Quando aplicado a um homem, esse mesmo termo é traduzido como “força”, como em Provérbios 31.3. Na grande maioria de suas 246 aparições no Antigo Testamento, a palavra se aplica a homens que lutam (por exemplo, os “homens de combate” de Davi, 1Cr 7.2). Os tradutores tendem a minimizar o elemento de força quando a palavra é aplicada a uma mulher, como no caso de Rute (Rt 3.11), a quem as traduções descrevem como “virtuosa” (NVI, NVT, ARA), “corajosa” (BPT) ou “direita” (NTLH). Mas a palavra é a mesma, seja aplicada a homens ou mulheres. Ao descrever a mulher de Provérbios 31.10-31, seu significado é melhor entendido como forte ou valente, conforme indicado por Pv 31.17: “Entrega-se com vontade ao seu trabalho; seus braços são fortes e vigorosos”. Al Wolters argumenta, por causa dessa linguagem bélica, que a tradução mais apropriada é “Mulher Valente”. [2] Portanto, nos referiremos à mulher de Provérbios 31.10-31 como a “Mulher Valente”, que capta tanto a força quanto a virtude carregadas pela expressão hebraica chayil.
A passagem final do livro de Provérbios caracteriza essa mulher forte como uma trabalhadora sábia em cinco conjuntos de práticas em seu ambiente de trabalho. A alta importância desta seção é sinalizada de duas maneiras. Primeiro, está na forma de um poema acróstico, o que significa que seus versos começam com as 22 letras do alfabeto hebraico, em ordem, tornando-o de fácil memorização. Segundo, ele é colocado como o clímax e o resumo de todo o livro. Consequentemente, os cinco conjuntos de práticas que observamos na Mulher Valente servirão como estrutura para explorar todo o livro.
Para algumas pessoas no Antigo Oriente Próximo, e até mesmo para algumas atualmente, seria surpreendente retratar uma mulher como um modelo de empreendedorismo sábio. Apesar do fato de que Deus deu o dom do trabalho a homens e mulheres igualmente (Gênesis 1—2), o trabalho das mulheres tem sido frequentemente diminuído e tratado com menos dignidade do que o dos homens. Seguindo o exemplo do livro, vamos nos referir a essa trabalhadora sábia como “ela”, pois entendemos que a sabedoria de Deus está disponível igualmente para homens e mulheres. Ela funciona no livro como uma afirmação da dignidade do trabalho de cada pessoa.
Como sempre no livro de Provérbios, o caminho da sabedoria flui do temor do Senhor. Depois que todas as habilidades e virtudes da Mulher Valente são descritas e honradas, a fonte de sua sabedoria é revelada. “A mulher que teme o Senhor será elogiada” (Pv 31.30).
O trabalhador sábio é confiável (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceA primeira característica do caminho da sabedoria personificada na Mulher Valente é a confiabilidade. “Seu marido tem plena confiança nela” (Pv 31.11). A confiabilidade é a base da sabedoria e da virtude. Deus criou as pessoas para trabalharem em conjunto (Gn 2.15), e sem confiança isso não é possível. A confiança requer adesão a princípios éticos, começando pela fidelidade em nossos relacionamentos. Quais são as implicações de ser confiável no ambiente de trabalho descritas no livro de Provérbios?
O trabalhador confiável é fiel às suas responsabilidades fiduciárias (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceO primeiro requisito da confiabilidade é que nosso trabalho traga o bem para aqueles que confiam em nós. A Mulher Valente trabalha não apenas para si mesma, mas também para o benefício daqueles que estão a seu redor. Seu trabalho beneficia seus clientes (Pv 31.14), sua comunidade (Pv 31.20), sua família imediata (Pv 31.12,28) e seus colaboradores (Pv 31.15). Na economia do Antigo Oriente Próximo, todas essas esferas de responsabilidade se reúnem em uma entidade econômica chamada “a família”. Como em grande parte do mundo de hoje, a maioria das pessoas trabalhava no mesmo lugar em que vivia. Alguns membros da família trabalhavam como cozinheiros, faxineiros, cuidadores ou artesãos de tecidos, metais, madeira e pedra em cômodos da própria casa. Outros trabalhavam nos campos próximos do lado de fora, como agricultores, pastores ou operários. A “família” refere-se a todo o complexo de empreendimentos produtivos, bem como à família extensa, incluindo trabalhadores empregados e, talvez, escravos que ali trabalhavam e viviam. Como gerente de uma casa, a Mulher Valente é muito parecida com uma empresária moderna ou uma executiva sênior. Quando ela “cuida dos negócios de sua casa” (Pv 31.27), ela está cumprindo um dever fiduciário de confiança para com todos aqueles que dependem de sua empresa.
Isso não significa que não podemos trabalhar para nosso próprio benefício também. O dever da Mulher Valente para com sua família é correspondido por seu dever para com ela. É apropriado que ela receba uma parte do lucro da família para seu próprio uso. A passagem instrui seus filhos, seu marido e toda a comunidade a honrá-la e louvá-la. “Seus filhos se levantam e a elogiam; seu marido também a elogia... Que ela receba a recompensa merecida, e as suas obras sejam elogiadas à porta da cidade” (Pv 31.28,31).
Nosso dever fiduciário exige que não façamos mal a nossos empregadores na busca de atender às nossas próprias necessidades. Podemos discutir com eles ou lutar contra o tratamento que eles nos dão, mas não podemos lhes fazer mal. Por exemplo, não podemos roubar (Pv 29.24), vandalizar (Pv 18.9) ou caluniar (Pv 10.18) nossos empregadores, a fim de expor nossas queixas. Algumas aplicações disso são óbvias. Não podemos cobrar de um cliente por horas em que não trabalhamos. Não podemos destruir a propriedade de nossos empregadores ou acusá-los falsamente. A reflexão sobre esse princípio pode nos levar a implicações e perguntas mais profundas. É legítimo causar danos à produtividade ou à harmonia da organização, deixando de ajudar nossos rivais internos? O acesso a benefícios pessoais — viagens, prêmios, gratuidades e similares — está nos levando a direcionar os negócios para determinados fornecedores em detrimento dos melhores interesses de nosso empregador? O dever mútuo que empregados e empregadores devem uns aos outros é um assunto sério.
O mesmo dever se aplica às organizações quando elas têm um dever fiduciário para com outras organizações. É legítimo que uma empresa negocie com seus clientes para obter um preço mais alto. Mas não é legítimo lucrar tirando vantagem secreta de um cliente, como vários bancos de investimento fizeram quando instruíram seus representantes a recomendar um certo seguro hipotecário aos clientes como sendo um investimento sólido, enquanto, ao mesmo tempo, vendiam tais seguros na expectativa de que seu valor caísse. [1]
O temor do Senhor é a pedra de toque da responsabilidade fiduciária. “Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema o Senhor e evite o mal” (Pv 3.7). Todas as pessoas são tentadas a servir a si mesmas às custas dos outros. Essa é a consequência da queda em pecado. No entanto, esse provérbio nos diz que o temor do Senhor — lembrar sua bondade para conosco, sua providência sobre todas as coisas e sua justiça quando prejudicamos os outros — nos ajuda a cumprir nosso dever para com os outros.
O trabalhador confiável é honesto (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceA honestidade é outro aspecto essencial da confiabilidade. Isso é tão importante, que um provérbio iguala a verdade à própria sabedoria. “Compre a verdade e não a venda; compre a sabedoria, a instrução e o entendimento” (Pv 23.23, NAA). A honestidade consiste tanto em dizer a verdade como em praticar a verdade.
Palavras honestas
O capítulo 6 contém uma lista bem conhecida de sete coisas que Deus odeia. Duas das sete são formas de desonestidade: “língua mentirosa” e “testemunha falsa que espalha mentiras” (Pv 6.16-19). Em todo o livro de Provérbios, a importância de dizer a verdade é uma ênfase constante.
Ouçam, pois tenho coisas importantes para dizer; os meus lábios falarão do que é certo. Minha boca fala a verdade, pois a maldade causa repulsa aos meus lábios. (Pv 8.6-7)
A testemunha que fala a verdade salva vidas, mas a testemunha falsa é enganosa. (Pv 14.25)
A fortuna obtida com língua mentirosa é ilusão fugidia e armadilha mortal. (Pv 21.6)
A testemunha falsa não ficará sem castigo, e aquele que despeja mentiras não sairá livre. (Pv 19.5)
Não testemunhe sem motivo contra o seu próximo nem use os seus lábios para enganá-lo. (Pv 24.28)
Quem esconde o ódio tem lábios mentirosos, e quem espalha calúnia é tolo. Quando são muitas as palavras, o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato. (Pv 10.18-19)
A testemunha fiel dá testemunho honesto, mas a testemunha falsa conta mentiras. Há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura. Os lábios que dizem a verdade permanecem para sempre, mas a língua mentirosa dura apenas um instante. O engano está no coração dos que maquinam o mal, mas a alegria está entre os que promovem a paz. (Pv 12.17-20)
O Senhor odeia os lábios mentirosos, mas se deleita com os que falam a verdade. (Pv 12.22)
Como um pedaço de pau, uma espada ou uma flecha aguda é o que dá falso testemunho contra o seu próximo. (Pv 25.18)
Quem odeia disfarça as suas intenções com os lábios, mas no coração abriga a falsidade. Embora a sua conversa seja mansa, não acredite nele, pois o seu coração está cheio de maldade. (Pv 26.24-25)
Embora a Bíblia tolere a mentira e o engano em circunstâncias excepcionais (por exemplo: o caso da prostituta Raabe, em Josué 2.1; as mentiras das parteiras hebreias ao faraó, em Êxodo 1.15-20; a mentira de Davi ao sacerdote, em 1Sm 21.1-3), Provérbios não permite que a mentira ou o engano tenham um papel na vida e no trabalho diários. A questão não é apenas que mentir é errado, mas também que dizer a verdade é essencial. Evitamos mentir, não apenas porque haja uma regra contra isso, mas porque, em nosso temor a Deus, amamos a verdade.
Mentir é destrutivo e leva, em última análise, à punição e à morte. [1] Somos advertidos não apenas a evitar o engano, mas a ter cuidado com os enganadores ao nosso redor. Não devemos nos permitir ser enganados por suas mentiras. Mesmo aqui, reconhecemos que nós mesmos podemos estar propensos a acreditar nas mentiras que ouvimos. Como a fofoca (que geralmente é uma mentira envolta em uma aura de verdade), encontramos uma mentira nos atraindo para o círculo daqueles que parecem saber das coisas e gostamos disso. Ou descobrimos que, em nossa própria perversidade, queremos acreditar na mentira. Mas os provérbios nos advertem vigorosamente para nos afastarmos daqueles que mentem. Um ambiente de trabalho onde apenas a verdade é dita (em amor, veja Ef 4.15) é utópico, mas Deus nos chama para estar entre aqueles que evitam a língua mentirosa.
Cerca de metade desses provérbios proíbem o falso testemunho em particular, ecoando o nono mandamento (Êx 20.16). Se enganar os outros em geral é algo ímpio, então falsificar um relato das ações de outra pessoa é um crime que “não ficará sem castigo” (Pv 19.5). Um falso testemunho é um ataque direto a uma pessoa inocente. No entanto, pode ser a forma mais comum de mentira no ambiente de trabalho, perdendo apenas, talvez, para a propaganda enganosa. Enquanto a propaganda enganosa é, pelo menos, direcionada contra pessoas de fora (clientes) que sabem ser cautelosas com os discursos de vendas e geralmente têm outras fontes de informação, um falso testemunho geralmente é um ataque a um colega de trabalho e provavelmente será aceito sem questionamentos dentro da empresa. Isso ocorre quando tentamos transferir a culpa ou o crédito ao distorcer os papéis e as ações dos outros. Ela prejudica não apenas aqueles cujas ações relatamos incorretamente, mas toda a organização, pois uma organização que não consegue entender com precisão as razões de seus sucessos e fracassos atuais não será capaz de fazer as mudanças necessárias para melhorar e se adaptar. É como atirar em alguém em um submarino. Não apenas acerta a vítima, mas também afunda o submarino e afoga toda a tripulação.
Para uma discussão mais completa sobre honestidade na Bíblia, veja o artigo Verdade e engano em www.teologiadotrabalho.org.
Ações honestas
Não apenas palavras, mas também ações podem ser verdadeiras ou falsas. “Os justos odeiam o que é falso, mas os ímpios trazem vergonha e desgraça” (Pv 13.5, ênfase adicionada). A forma mais proeminente de ação desonesta nos provérbios é o uso de pesos e medidas falsos. “Balanças e pesos honestos vêm do Senhor; todos os pesos da bolsa são feitos por ele” (Pv 16.11). Por outro lado, “o Senhor repudia balanças desonestas, mas os pesos exatos lhe dão prazer” (Pv 11.1). “O Senhor detesta pesos adulterados, e balanças falsificadas não o agradam” (Pv 20.23). Pesos e medidas falsos se referem a fraudar um cliente sobre o produto que está sendo vendido. Rotular incorretamente um produto, reduzir a qualidade prometida e deturpar a fonte ou a origem — além de falsificar descaradamente a quantidade — são exemplos desse tipo de desonestidade. Tais práticas são uma abominação para Deus.
Existem razões práticas para agir com honestidade. No curto prazo, atos desonestos podem produzir uma renda maior, mas, no longo prazo, clientes ou consumidores vão entender a situação e procurar outro fornecedor. No entanto, em última análise, é o temor de Deus que nos encurrala, mesmo quando pensamos que poderíamos nos livrar da desonestidade em termos humanos. “Pesos adulterados e medidas falsificadas são coisas que o Senhor detesta” (Pv 20.10).
Além de pesos e medidas falsos, existem outras maneiras de ser desonesto no ambiente de trabalho. Um exemplo do Antigo Testamento diz respeito à propriedade da terra, que era certificada com marcadores de fronteira. Uma pessoa desonesta poderia mudar furtivamente esses marcos de fronteira para aumentar suas propriedades às custas de seu próximo. Os provérbios condenam atos desonestos como esse. “Não mude de lugar os antigos marcos de propriedade, nem invada as terras dos órfãos, pois aquele que defende os direitos deles é forte. Ele lutará contra você para defendê-los” (Pv 23.10-11). Os provérbios não enumeram todo tipo de ato desonesto que poderia ser cometido no antigo Israel, muito menos em nosso mundo de hoje. Mas eles estabelecem o princípio de que atos desonestos são tão repugnantes ao Senhor quanto palavras desonestas.
Como se manifesta a honestidade — tanto em palavras quanto em ações — no ambiente de trabalho de hoje? Se lembrarmos que a honestidade é um aspecto da confiabilidade, o critério de honestidade deveria ser o seguinte: “As pessoas podem confiar no que eu digo e faço?”, e não: “Isso é tecnicamente verdade?” Existem maneiras de quebrar a confiança sem cometer fraude total. Os contratos podem ser alterados ou ofuscados para dar vantagem injusta à parte com os advogados mais sofisticados. Os produtos podem ser descritos em termos enganosos, como quando um rótulo de alimento promete que “aumenta a energia”, mas em não significa nada além de “contém mais calorias”. No final, de acordo com os provérbios, Deus defenderá a causa daqueles que foram enganados e não tolerará essas práticas (Pv 23.11). Enquanto isso, trabalhadores sábios — isto é, piedosos — evitarão tais práticas.
Os provérbios voltam repetidas vezes ao tema da honestidade. “A integridade dos justos os guia, mas a falsidade dos infiéis os destrói” (Pv 11.3). “Saborosa é a comida que se obtém com mentiras, mas depois dá areia na boca” (Pv 20.17). Um provérbio divertido aponta outra forma de engano: “‘Não vale isso! Não vale isso!’, diz o comprador, mas, quando se vai, gaba-se do bom negócio” (Pv 20.14). Falar mal deliberadamente de um produto que queremos, a fim de reduzir o preço, e depois se vangloriar de nossa “pechincha” também é uma forma de desonestidade. No campo da barganha entre compradores e vendedores experientes, essa prática pode ser mais um entretenimento do que um abuso. Mas, em seu disfarce moderno de spin doctoring — como quando um candidato político tenta convencer um grupo de eleitores dizendo que está do lado deles, ao mesmo tempo em que tenta convencer os eleitores do grupo oposto que de que lhes é favorável —, isso revela a fraude por trás da deturpação intencional da realidade.
O trabalhador sábio é diligente (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceA Mulher Valente é diligente. Provérbios retrata sua diligência de três maneiras: 1) Trabalho árduo; 2) Planejamento de longo prazo; 3) Rentabilidade. Como resultado de sua diligência nesse sentido, ela está confiante em relação ao futuro.
O trabalhador diligente é esforçado (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceA Mulher Valente “trabalha de boa vontade com as suas mãos” (Pv 31.13, ARC), o que significa que ela escolhe, por sua própria vontade, trabalhar incansavelmente em busca dos objetivos da família. “Antes de clarear o dia ela se levanta” (Pv 31.15). “Ela faz roupas de linho e as vende” (Pv 31.24). “Com o que ganha planta uma vinha” (Pv 31.16). Com isso, há muito trabalho a ser feito.
Em uma economia agrária, é fácil ver a conexão entre trabalho árduo e bem-estar. Desde que tenham acesso à terra para cultivar, os agricultores que se esforçam no trabalho se saem muito melhor do que os preguiçosos. Os provérbios mostram claramente que um trabalhador preguiçoso sairá perdendo no final.
As mãos preguiçosas empobrecem o homem, porém as mãos diligentes lhe trazem riqueza. Aquele que faz a colheita no verão é filho sensato, mas aquele que dorme durante a ceifa é filho que causa vergonha. (Pv 10.4-5)
Passei pelo campo do preguiçoso, pela vinha do homem sem juízo; havia espinheiros por toda parte, o chão estava coberto de ervas daninhas e o muro de pedra estava em ruínas. Observei aquilo, e fiquei pensando; olhei, e aprendi esta lição: “Vou dormir um pouco”, você diz. “Vou cochilar um momento; vou cruzar os braços e descansar mais um pouco”, mas a pobreza lhe sobrevirá como um assaltante, e a sua miséria como um homem armado. (Pv 24.30-34)
No Antigo Oriente Próximo, o trabalho árduo trazia prosperidade, mas mesmo uma semana de relaxamento durante a colheita poderia significar um inverno com fome.
As economias modernas (pelo menos no mundo desenvolvido) podem mascarar esse efeito no curto prazo. Em tempos de prosperidade, quando praticamente todos podem encontrar trabalho, o trabalhador preguiçoso pode ter um emprego e parecer se sair quase tão bem quanto o trabalhador diligente. Da mesma forma, em crises econômicas (e em todos os momentos em muitas economias emergentes), uma pessoa que trabalha arduamente pode não ter mais sucesso do que uma preguiçosa em encontrar um emprego. E, em todos os momentos, as recompensas pelo trabalho árduo podem ser atenuadas por discriminação, regras de antiguidade, contratos sindicais, favoritismo dos chefes, nepotismo, acordos rescisórios, indicadores de desempenho falhos, ignorância por parte dos gerentes e muitos outros fatores.
Isso torna obsoletos os provérbios sobre a diligência e o trabalho árduo? Não, de modo algum, por duas razões. Primeiro, mesmo nas economias modernas, a diligência geralmente é recompensada ao longo de uma vida profissional. Quando os empregos são escassos, são os trabalhadores diligentes que têm maior probabilidade de manter seus empregos ou encontrar novos empregos mais rapidamente. Em segundo lugar, a principal motivação para a diligência não é a prosperidade pessoal, mas o temor do Senhor, como vimos com as outras virtudes nos provérbios. Somos diligentes porque o Senhor nos chama para nossas tarefas, e nosso temor a ele nos motiva a ser diligentes em nosso trabalho.
A preguiça ou a falta de diligência no ambiente de trabalho é destrutiva. Todos os que já experimentaram colegas de trabalho preguiçosos podem apreciar este provérbio pungente: “Como o vinagre para os dentes e a fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o enviam” (Pv 10.26). Detestamos ficar presos no mesmo time de pessoas que não carregam sua parte do fardo.
O trabalhador diligente planeja a longo prazo (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceA Mulher Valente planeja com antecedência. “Ela traz de longe as suas provisões” (Pv 31.14), o que significa que ela não depende de compras de última hora, de qualidade e custo questionáveis. Ela “avalia um campo” (Pv 31.16) antes de comprá-lo, investigando seu potencial de longo prazo. Ela está planejando plantar uma vinha neste campo específico (Pv 31.16), e as vinhas só produzem sua primeira safra cerca de dois ou três anos após o plantio. [1] O ponto é que ela toma decisões com base em suas consequências a longo prazo. Provérbios 21.5 nos diz que “os planos de quem é esforçado conduzem à fartura, mas a pressa excessiva leva à pobreza”.
Um planejamento sábio requer a tomada de decisões de longo prazo, como visto, por exemplo, no ciclo de gestão de atividades agrícolas.
Esforce-se para saber bem como suas ovelhas estão, dê cuidadosa atenção aos seus rebanhos, pois as riquezas não duram para sempre, e nada garante que a coroa passe de uma geração a outra. Quando o feno for retirado, surgirem novos brotos e o capim das colinas for colhido, os cordeiros lhe fornecerão roupa, e os bodes lhe renderão o preço de um campo. Haverá fartura de leite de cabra para alimentar você e sua família, e para sustentar as suas servas. (Pv 27.23-27)
Como a Mulher Valente que planta um vinhedo, o pastor sábio pensa anos à frente. Da mesma forma, o sábio rei ou governador tem uma visão de longo prazo. “Quando os justos florescem, o povo se alegra” (Pv 28.2). Os provérbios também se voltam para a formiga como um exemplo de diligência a longo prazo.
Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! Ela não tem nem chefe, nem supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colheita ajunta o seu alimento. Até quando você vai ficar deitado, preguiçoso? Quando se levantará de seu sono? Tirando uma soneca, cochilando um pouco, cruzando um pouco os braços para descansar, a sua pobreza o surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade lhe sobrevirá como um homem armado. (Pv 6.6-11)
O planejamento antecipado assume muitas formas nos ambientes de trabalho. O planejamento financeiro é mencionado em Provérbios 24.27 (NAA): “Cuide dos seus negócios lá fora, apronte a lavoura no campo e, depois, edifique a sua casa”. Em outras palavras, não comece a construir sua casa até que seus campos estejam produzindo os fundos necessários para concluir seu projeto de construção. Jesus captou isso em Lucas 14.28-30: “Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar’”.
Existem muitas outras formas de planejamento, e não podemos esperar que os provérbios sirvam como um manual de planejamento para uma empresa moderna. Mas novamente podemos notar a ligação nos provérbios entre a sabedoria, na forma de planejamento, e o caráter de Deus.
Ao homem pertencem os planos do coração, mas do Senhor vem a resposta da língua. (Pv 16.1)
Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do Senhor. (Pv 19.21)
Deus planeja a muito longo prazo, e também é prudente planejar com antecedência. Mas devemos permanecer humildes sobre nossos planos. Ao contrário de Deus, não temos o poder de fazer com que todos os nossos planos se realizem. “Não se gabe do dia de amanhã, pois você não sabe o que este ou aquele dia poderá trazer” (Pv 27.1). Planejamos com sabedoria, falamos com humildade e vivemos na expectativa de que os planos de Deus sejam nosso desejo final.
A atenção às consequências de longo prazo pode ser a habilidade mais importante que podemos cultivar para o sucesso. Por exemplo, pesquisas psicológicas mostraram que a capacidade de adiar a gratificação — ou seja, a capacidade de tomar decisões com base em resultados de longo prazo — é um indicador muito melhor de sucesso na escola do que o QI. [2] Lamentavelmente, os cristãos às vezes parecem entender passagens como “Não se preocupem com o amanhã” (Mt 6.34) como significando: “Não planeje o amanhã com antecedência”. Os provérbios — ao lado das próprias palavras de Jesus — mostram que isso é incorreto e autocomplacente. Na verdade, toda a vida cristã, com sua expectativa do retorno de Cristo para aperfeiçoar o Reino de Deus, é uma vida de planejamento a longo prazo.
O trabalhador diligente contribui para a lucratividade da empresa (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceA Mulher Valente garante que o trabalho de suas mãos seja comercializável. Ela sabe o que os mercadores estão comprando (Pv 31.24), escolhe seus materiais com cuidado (Pv 31.13) e trabalha incansavelmente para garantir um produto de qualidade (Pv 31.18b). Como recompensa, tem um “comércio lucrativo” (Pv 31.18a), fornecendo os recursos necessários para a família e a comunidade. Os provérbios são claros em mostrar que a diligência de um trabalhador individual contribui para a lucratividade de todo o empreendimento. “Os planos de quem é esforçado conduzem à fartura, mas a pressa excessiva leva à pobreza” (Pv 21.5, NAA). O exemplo inverso é mostrado em outro provérbio: “Quem relaxa em seu trabalho é irmão do que o destrói” (Pv 18.9). Um trabalhador preguiçoso não é melhor do que alguém que deliberadamente se propõe a destruir a empresa. Tudo isso antecipa a parábola dos talentos de Jesus (Mt 25.14-30).
Quando temos em mente que esses provérbios sobre o lucro se baseiam no caráter de Deus, vemos que Deus quer que trabalhemos de forma lucrativa. Não é suficiente concluir as tarefas que nos foram atribuídas. Devemos nos preocupar se nosso trabalho realmente agrega valor aos materiais, ao capital e à mão de obra consumidos. Em economias abertas, a concorrência determina que obter lucro pode ser muito desafiador. Os não diligentes — preguiçosos, complacentes ou dissolutos — podem rapidamente decair em perdas, falências e ruínas. Os diligentes — esforçados, criativos, focados — prestam um serviço piedoso quando possibilitam que seus negócios operem de forma lucrativa.
Os cristãos nem sempre reconheceram a importância do lucro na perspectiva bíblica. Na verdade, o lucro é frequentemente visto com suspeita e discutido em uma retórica de “pessoas x lucros”. Há uma suspeita de que o lucro não vem de pegar insumos e criar algo mais valioso a partir deles, mas de enganar compradores, trabalhadores ou fornecedores. Isso surge de uma compreensão inadequada de negócios e economia. Uma crítica verdadeiramente bíblica aos negócios faria perguntas como: “Que tipo de lucro?”; “Qual é a origem do lucro?”; “O lucro é extraído por monopólio, intimidação ou fraude?”; e “Como o lucro é compartilhado entre trabalhadores, gerentes, proprietários, credores, fornecedores, clientes e impostos?” Isso encorajaria e traria reconhecimento a trabalhadores e empresas que trazem uma lucratividade saudável ao seu trabalho.
Nem todos os trabalhadores estão em condições de saber se seu trabalho é lucrativo. Os funcionários de uma grande corporação podem ter pouca ideia se seu trabalho específico contribui positivamente para a lucratividade da empresa. A lucratividade, no sentido contábil, não desempenha um papel na educação, no governo, nas corporações sem fins lucrativos e nos lares. Mas todos os trabalhadores podem prestar atenção em como seu trabalho contribui para o cumprimento da missão da organização, e se o valor que agregam é maior do que a remuneração e outros recursos que extraem. Fazer isso é uma forma de serviço ao Senhor.
A gestão lucrativa de sua casa por parte da Mulher Valente atrai uma palavra de exaltado elogio. Ela “é muito mais valiosa que os rubis” (Pv 31.10). Esta não é uma metáfora sentimental. É literalmente verdade. Uma empresa bem administrada certamente pode gerar lucros ao longo dos anos que excedem em muito o valor de joias e outras reservas de riqueza.
O trabalhador diligente pode sorrir para o futuro (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceA diligência da Mulher Valente lhe dá uma ânsia pelo futuro. “Reveste-se de força e dignidade; sorri diante do futuro” (Pv 31.25). Embora os provérbios não sejam promessas de prosperidade pessoal, em geral, nossa diligência leva a um futuro melhor.
Quem trabalha a sua terra terá fartura de alimento, mas quem vai atrás de fantasias não tem juízo. (Pv 12.11)
Quem lavra sua terra terá comida com fartura, mas quem persegue fantasias se fartará de miséria. (Pv 28.19)
As mãos diligentes governarão, mas os preguiçosos acabarão escravos. (Pv 12.24)
A diligência não é uma garantia contra problemas futuros ou mesmo desastres (veja Jó e o trabalho em www.teologiadotrabalho.org). No entanto, a pessoa sábia confia em Deus para o futuro, e o diligente pode descansar na confiança de que fez o que Deus pede para si, para sua casa e para sua comunidade.
O trabalhador sábio é perspicaz (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceA Mulher Valente é um exemplo de perspicácia excepcional em seu trabalho. Os provérbios descrevem essa virtude como “prudência” (Pv 19.14) ou “bom senso” (Pv 1.4). Podemos tender a pensar em pessoas perspicazes como astutas, querendo tiram vantagem dos outros, mas em Provérbios a ideia presente é de aproveitar ao máximo os recursos e as circunstâncias. Se entendermos essa astúcia como “consciência inteligente e perspicaz” e “perspicácia obstinada” [1], então veremos o tipo de sabedoria perspicaz que Deus deseja para os trabalhadores.
O trabalhador perspicaz emprega consciência e julgamento aguçados
A perspicácia dessa Mulher Valente é exibida na consciência aguçada com a qual ela obtém seus materiais. “Escolhe lã e linho... como os navios mercantes” (Pv 31.13-14). O fabricante ou artesão de hoje pode ser perspicaz na seleção de materiais ou pode se contentar imprudentemente com materiais que não resistirão bem. Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, análise de mercado, logística, parcerias estratégicas e envolvimento da comunidade podem gerar grandes retornos no futuro. Em um nível individual, o bom senso é inestimável. Um consultor de investimentos que pode atender às necessidades futuras de um cliente com os riscos e recompensas inerentes a vários tipos de investimento está prestando um serviço piedoso.
O trabalhador perspicaz se prepara para todas as contingências conhecidas
A Mulher Valente “não teme por seus familiares quando chega a neve, pois todos eles vestem agasalhos. Faz cobertas para a sua cama; veste-se de linho fino e de púrpura” (Pv 31.21-22). Seus preparativos materiais cobrem todas as eventualidades do inverno que se aproxima. Ela prepara a variedade de roupas e “cobertas” de que sua família pode precisar, independentemente da estação do ano. As descrições indicam material fino ou rico (“linho fino e púrpura”), e a palavra hebraica traduzida na NVI como “agasalho” (sanim, também “escarlate”) pode ser o erro de um copista para “duplo” (shenayim), isto é, referindo-se a algo em camadas e quente. [2]
Essa mulher está atenta a possíveis problemas e trabalha em busca de soluções antes que os problemas surjam. Considere seus preparativos para o marido. Em meio aos preparativos de suas roupas e cobertas, ela mantém em mente o papel do marido como figura pública: “Seu marido é respeitado na porta da cidade, onde toma assento entre as autoridades da sua terra” (Pv 31.23). O que aconteceria se nevasse enquanto seu marido estivesse no meio de um caso civil? Não se preocupe, pois “todos eles” — toda a família, incluindo o marido — estão vestidos adequadamente para qualquer ocasião. Uma imagem moderna pode tornar isso um pouco mais claro. Imagine um estadista proeminente exposto de repente a uma tempestade casual. Ele pega imediatamente seu chapéu de feltro, que combina com seu casaco e botas, enquanto aqueles ao seu redor cobrem a cabeça com jornais surrados e seus sapatos arruinados deixam os pés gelados e encharcados de lama.
O trabalhador perspicaz procura um bom conselho
Um mito persistente em alguns círculos é que os líderes mais perspicazes desprezam conselhos. Sua própria perspicácia consiste em ver oportunidades que os outros não conseguem vislumbrar. É verdade que o fato de muitas pessoas aconselharem algo não significa que aquilo seja sábio. “Não há sabedoria alguma, nem discernimento algum, nem plano algum que possa opor-se ao Senhor” (Pv 21.30). Se uma ideia é ruim ou errada (“que possa opor-se ao senhor”), nenhum coro de homens falando bem daquilo pode tornar tal ideia boa ou sábia.
Mas o mito do gênio que vence contra todos os conselhos raramente se mostra verdadeiro na realidade. A criatividade e a excelência se baseiam em vários pontos de vista. A inovação leva em conta o conhecido para entrar no desconhecido, e grandes líderes que rejeitam a sabedoria convencional geralmente a dominam primeiro, antes de ir além. “Os planos fracassam por falta de conselho, mas são bem-sucedidos quando há muitos conselheiros” (Pv 15.22). E em Provérbios 20.18 lemos: “Os conselhos são importantes para quem quiser fazer planos, e quem sai à guerra precisa de orientação”. A pessoa sábia usa os pontos fortes complementares dos outros, mesmo quando entra em um novo território.
O trabalhador perspicaz aprimora suas habilidades e seu conhecimento
A Mulher Valente “entrega-se com vontade ao seu trabalho; seus braços são fortes e vigorosos” (Pv 31.17). Ou seja, ela toma medidas para melhorar sua capacidade de fazer seu trabalho. Ela fortalece seus braços; ela se cinge de força. Uma pessoa perspicaz age para melhorar seu conjunto de habilidades ou conhecimento.
À medida que a economia industrial no mundo desenvolvido deu lugar a uma economia tecnológica, o treinamento e a educação contínuos tornaram-se indispensáveis para empregadores e empregados. Na verdade, isso está se tornando o caso também em muitas economias emergentes. O trabalho para o qual você está preparado hoje provavelmente não será o trabalho que você fará daqui a 10 anos. Um trabalhador perspicaz reconhece isso e se recicla para a próxima oportunidade no ambiente de trabalho. Da mesma forma, está se tornando mais difícil para os empregadores encontrar trabalhadores com as habilidades necessárias para muitos dos empregos atuais. Os indivíduos, organizações e sociedades com melhor desempenho serão aqueles que desenvolverem sistemas eficazes de aprendizagem ao longo da vida.
O trabalhador sábio é generoso (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceA Mulher Valente é generosa. “Acolhe os necessitados e estende as mãos aos pobres” (Pv 31.20). Estamos acostumados a ouvir a generosidade ser elogiada na Bíblia, e aqui a Mulher Valente é elogiada por isso. Mas não devemos reduzir sua generosidade a uma peculiaridade aprazível de sua personalidade. Sua generosidade é parte integrante de seu trabalho, como podemos ver na relação entre os textos de Pv 31.19 e Pv 31.20.
Estende as mãos [heb. yade] ao fuso, e as palmas das suas mãos [kappe] pegam na roca. (Pv 31.19, ARC)
Abre a mão [kap] ao aflito; e ao necessitado estende as mãos [yade]. (Pv 31.20, ARC)
Duas palavras hebraicas diferentes são traduzidas como “mão” (ou “mãos”, no plural) nesses dois versículos. Se olharmos para o original em hebraico, veremos que elas ocorrem na ordem Yade, kappe no primeiro versículo, e na ordem inversa kap, yade no segundo versículo (kappe é o plural de kap). Essa estrutura “quiástica” do ABBA é comum na Bíblia e indica que toda a estrutura forma uma única unidade de pensamento. Em outras palavras, seu trabalho é inseparável de sua generosidade. Como ela é bem-sucedida no fiar, ela tem algo a dar aos pobres e, inversamente, seu espírito generoso é um elemento essencial de sua capacidade como empreendedora/executiva.
Em outras palavras, Provérbios afirma que generosidade e dever fiduciário não entram em conflito. Usar os recursos da família para ser generoso com os necessitados não reduz a riqueza do proprietário, mas a aumenta. Esse argumento contraintuitivo aparece em Provérbios. A maioria das pessoas reprime sua generosidade por medo de que, se doarem demais, não sobrará o suficiente para si mesmas. Mas os provérbios ensinam exatamente o oposto:
Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá. O povo amaldiçoa aquele que esconde o trigo, mas a bênção coroa aquele que logo se dispõe a vendê-lo. (Pv 11.24-26)
Quem trata bem os pobres empresta ao Senhor, e ele o recompensará. (Pv 19.17)
Quem dá aos pobres não passará necessidade, mas quem fecha os olhos para não vê-los sofrerá muitas maldições. (Pv 28.27)
O trabalhador sábio é justo (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceOs provérbios não se limitam a recomendar a generosidade, mas vão além, ao afirmar que cuidar dos pobres é uma questão de justiça. Primeiro, os provérbios reconhecem que as pessoas geralmente são pobres porque os ricos e poderosos as defraudam ou as oprimem. Ou, se já eram pobres, tornaram-se alvos fáceis de mais fraude e opressão. Isso é abominável para Deus e ele trará julgamento contra aqueles que o fazem.
Oprimir o pobre é ultrajar o seu Criador, mas tratar com bondade o necessitado é honrar a Deus. (Pv 14.31)
Tanto quem oprime o pobre para enriquecer-se como quem faz cortesia ao rico, com certeza passarão necessidade. (Pv 22.16)
Não explore os pobres por serem pobres, nem oprima os necessitados no tribunal, pois o Senhor será o advogado deles, e despojará da vida os que os despojarem. (Pv 22.22-23)
Quem semeia a injustiça colhe a maldade; o castigo da sua arrogância será completo. Quem é generoso será abençoado, pois reparte o seu pão com o pobre. (Pv 22.8-9)
Quem aumenta sua riqueza com juros exorbitantes ajunta para algum outro, que será bondoso com os pobres. (Pv 28.8)
O resumo é encontrado em Provérbios 16.8: “É melhor ter pouco com retidão do que muito com injustiça”.
Em segundo lugar, mesmo que você não tenha defraudado ou oprimido os pobres, a justiça de Deus exige que você faça o que puder para endireitar as coisas para eles, começando por atender às suas necessidades imediatas.
Quem fecha os ouvidos ao clamor dos pobres também clamará e não terá resposta. (Pv 21.13)
Quem despreza o próximo comete pecado, mas como é feliz quem trata com bondade os necessitados! (Pv 14.21)
Quanto lhe for possível, não deixe de fazer o bem a quem dele precisa. Não diga ao seu próximo: “Volte amanhã, e eu lhe darei algo”, se pode ajudá-lo hoje. (Pv 3.27-28)
Quem zomba dos pobres mostra desprezo pelo Criador deles; quem se alegra com a desgraça não ficará sem castigo. (Pv 17.5)
Não é surpresa considerar a ajuda aos necessitados como uma questão de justiça, não apenas de generosidade, se lembrarmos que a sabedoria repousa no temor do Senhor. Ou seja, a sabedoria consiste em viver em reverência ao nosso Deus, de modo que procuremos fazer o que ele deseja para o mundo. Deus é justo. Deus deseja que os pobres sejam cuidados e que a pobreza seja eliminada. Se realmente amarmos a Deus, cuidaremos daqueles a quem Deus ama. Portanto, socorrer os pobres e trabalhar para eliminar a pobreza são questões de justiça.
Observe que muitos desses provérbios pressupõem um contato pessoal entre ricos e pobres. A generosidade não é apenas uma questão de enviar uma doação, mas de trabalhar e talvez até de viver ao lado de pessoas pobres. Pode significar trabalhar para acabar com a segregação entre os pobres e a classe média e os ricos no que tange a moradia, compras, educação, trabalho e política. Você entra em contato com pessoas de status socioeconômico mais alto ou mais baixo diariamente? Se não, seu mundo pode ser muito estreito.
Responsabilidade social empresarial?
Podemos ver como a generosidade e a justiça são importantes para um trabalhador individual, mas será que elas têm alguma aplicação para as corporações? A maior parte de Provérbios lida com indivíduos, mas a seção sobre a Mulher Valente a trata como a gerente de um negócio doméstico. E, como vimos, sua generosidade não é um obstáculo ao seu trabalho, mas um elemento essencial dele.
Lamentavelmente, algumas empresas hoje parecem não ter a imaginação ou a habilidade necessária para operar de maneira a beneficiar os acionistas e, ao mesmo tempo, beneficiar as pessoas ao seu redor. Os exemplos incluem empresas que tentam fraudar ou oprimir os pobres, pressionar pessoas pobres e impotentes a vender propriedades abaixo de seu valor real, tirar vantagem da ignorância ou desinformação para vender produtos questionáveis e obter lucros excessivos de curto prazo daqueles que são vulneráveis ou que não têm alternativas.
Por que essas empresas acreditam que tirar riqueza de outras pessoas é a única — ou a melhor — maneira de lucrar? Existe alguma evidência de que uma abordagem de soma-zero para os negócios realmente melhore o retorno dos acionistas? Quantas dessas práticas realmente levam a uma maior lucratividade ou poder num longo prazo? Muito pelo contrário: os melhores negócios são bem-sucedidos porque encontram uma maneira sustentável de produzir bens e serviços que beneficiem os clientes e a sociedade, ao mesmo tempo em que proporcionam um excelente retorno aos funcionários, acionistas e credores. As empresas e outras organizações que atendem às necessidades sociais têm vantagem quando precisam de apoio da comunidade, compromisso dos trabalhadores e proteção social contra ameaças econômicas, políticas e competitivas.
Política governamental?
Provérbios também exige justiça de outras instituições que não as empresas. Em particular, a esfera do governo recebe atenção nos muitos versículos que tratam de reis. A mensagem para eles é a mesma que para as empresas. Os governos só podem sobreviver a longo prazo se cuidarem dos pobres e vulneráveis e fizerem justiça a eles.
Se o rei julga os pobres com justiça, seu trono estará sempre seguro. (Pv 29.14)
O rei que exerce a justiça dá estabilidade ao país, mas o que gosta de subornos o leva à ruína. (Pv 29.4)
Quando os ímpios são retirados da presença do rei, a justiça firma o seu trono. (Pv 25.5)
O rei se agrada dos lábios honestos, e dá valor ao homem que fala a verdade. (Pv 16.13)
Os reis detestam a prática da maldade, porquanto o trono se firma pela justiça. (Pv 16.12)
Como acontece com toda sabedoria, o fundamento do governo sábio é o temor do Senhor. “Por meu intermédio os reis governam” (Pv 8.15).
Ao falar com reis, os provérbios parecem se aplicar principalmente a líderes políticos e funcionários públicos na sociedade moderna. Mas, nas sociedades democráticas, todos os cidadãos têm um papel no governo e nas políticas públicas. Entrar em contato com nossos representantes, votar em candidatos e propostas que levem justiça aos pobres e vulneráveis são maneiras pelas quais hoje podemos promulgar a justiça que vem da sabedoria.
Concorrência?
Os Provérbios até estendem as demandas de generosidade e justiça à concorrência e à luta. “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele, e o Senhor recompensará você” (Pv 25.21-22). O apóstolo Paulo cita esse provérbio palavra por palavra em Rm 12.20 e conclui com o desafio: “Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem” (Rm 12.21). Além disso, “não se alegre quando o seu inimigo cair, nem exulte o seu coração quando ele tropeçar” (Pv 24.17). O quê? Devemos ser generosos até com um inimigo? Paulo e os autores dos provérbios estão convencidos de que, quando fizermos isso, o Senhor nos recompensará.
Será que isso se aplica à nossa atitude em relação aos concorrentes, seja individualmente (por exemplo, alguém que compete conosco por uma promoção) ou corporativamente (por exemplo, empresas concorrentes)? Os provérbios não discutem a concorrência moderna. Mas, se promovem o serviço até mesmo a um inimigo, é razoável inferir que também promovem o serviço aos concorrentes. Isso não é a mesma coisa que conluio ou oligarquia. A ascendência quase universal das economias de mercado se deve, sem dúvida, aos benefícios da concorrência. Mas os negócios, a política e outras formas de concorrência são, no fundo, formas de cooperação, embora com aspectos competitivos significativos. A sociedade fomenta a competição para que todos possam prosperar. A penalidade adequada para o fracasso na competição não é ser esmagado ou levado à pobreza, mas ser transformado ou conduzido para um trabalho mais produtivo. As empresas fecham as portas, mas seus rivais bem-sucedidos não se tornam monopólios. As eleições têm vencedores e perdedores, mas os vencedores não reescrevem a Constituição para banir os perdedores. Carreiras sobem e descem, mas a penalidade adequada para o fracasso não é “Você nunca mais trabalhará nesta cidade”, mas “De que ajuda você precisa para encontrar algo mais adequado aos seus talentos?” Os indivíduos e as organizações mais sábios aprendem a se envolver em competições que aproveitam ao máximo a participação de cada pessoa e oferecem um pouso suave para aqueles que perdem a competição de hoje, mas podem dar uma contribuição valiosa amanhã.
O trabalhador sábio guarda a língua (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceA Mulher Valente tem cuidado com o que diz e com o modo como fala. Os provérbios nos lembram: “Quem é cuidadoso no que fala evita muito sofrimento” (Pv 21.23). Às vezes, ironicamente, eles também nos lembram que “Até o insensato passará por sábio, se ficar quieto, e, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento” (Pv 17.28).
Há mais provérbios sobre a língua do que sobre qualquer outro tópico. (Veja Pv 6.17; 6.24; 10.20; 10.31; 12.18; 12.19; 15.2; 15.4; 16.1; 17.4; 17.20; 18.21; 21.6; 21.23; 25.15; 25.23; 26.28; 28.23; além de Pv 31.26). Uma língua justa e mansa traz sabedoria (Pv 10.31), cura (Pv 12.18), conhecimento (Pv 15.2), vida (Pv 15.4; 18.21) e a palavra do Senhor (Pv 16.1). Uma língua perversa e descuidada derrama sangue inocente (Pv 6.17), quebra o espírito (Pv 15.4), encoraja o mal (Pv 17.4), traz calamidade (Pv 17.20), problemas (Pv 21.23 ) e ira (Pv 25.23), quebra ossos (Pv 25.15), arruína (Pv 26.28) e se torna “armadilha mortal” (Pv 21.6).
A comunicação, de alguma forma, é parte integrante de quase todos os trabalhos. Além disso, a conversa social no trabalho pode melhorar as relações de trabalho ou prejudicá-las. O que os provérbios ensinam sobre o uso sábio da língua?
O trabalhador sábio evita fofocas
A fofoca é realmente um problema no ambiente de trabalho ou não passa de conversa inocente? Os provérbios apontam para seu perigo. “Quem vive contando casos não guarda segredo; por isso, evite quem fala demais” (Pv 20.19). A fofoca causa conflitos. “As palavras do tolo provocam briga, e a sua conversa atrai açoites. A conversa do tolo é a sua desgraça, e seus lábios são uma armadilha para a sua alma. As palavras do caluniador são como petiscos deliciosos; descem até o íntimo do homem” (Pv 18.6-8). “Sem lenha a fogueira se apaga; sem o caluniador morre a contenda. O que o carvão é para as brasas e a lenha para a fogueira, o amigo de brigas é para atiçar discórdias” (Pv 26.20-21). “O homem sem caráter maquina o mal; suas palavras são um fogo devorador. O homem perverso provoca dissensão, e o que espalha boatos afasta bons amigos” (Pv 16.27-28). A fofoca é uma violação da confiança, a virtude fundadora de uma pessoa sábia. “O homem que não tem juízo ridiculariza o seu próximo, mas o que tem entendimento refreia a língua. Quem muito fala trai a confidência, mas quem merece confiança guarda o segredo” (Pv 11.12-13).
A fofoca lança outras pessoas sob uma luz questionável, levantando dúvidas sobre a integridade de uma pessoa ou a validade de uma decisão. A fofoca projeta o mal nos motivos de outra pessoa, mostrando-se, assim, filha do Pai da Mentira. A fofoca tira as palavras do contexto, deturpa as intenções de quem fala, revela o que deveria ter sido mantido em sigilo e tenta elevar o fofoqueiro às custas de outros que não estão presentes para falar por si mesmos. Não é difícil ver o quanto isso pode ser destrutivo em um ambiente de trabalho. Se a fofoca coloca um ponto de interrogação sobre a reputação de uma pessoa, o valor de um projeto ou a posição tomada por um superior, a sombra lançada por essas palavras faz com que todos ao redor do fofoqueiro sejam mais cautelosos e desconfiados. Além de não ajudar em nada, isso gera divisão entre os trabalhadores, seja em um escritório, no chão de fábrica ou em uma sala executiva. Não é de surpreender que o apóstolo Paulo tenha incluído a fofoca em sua lista de pecados que são uma abominação para Deus (Rm 1.29).
O trabalhador sábio fala com bondade, não com raiva
A Mulher Valente “fala com sabedoria e ensina com amor” (Pv 31.26). Ninguém gosta de ser alvo de uma explosão de raiva, por isso reconhecemos facilmente o perigo observado em vários provérbios: “A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira” (Pv 15.1). “A sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar as ofensas” (Pv 19.11). “O homem irritável provoca dissensão, mas quem é paciente acalma a discussão” (Pv 15.18). “Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade” (Pv 16.32).
A beleza desses provérbios é que eles também fornecem uma imagem da pessoa que pode ser bem-sucedida ao lidar com a raiva. Devemos ficar “irados” (moralmente indignados) contra o pecado, mas não devemos permitir que nossa “ira” (ou raiva) nos controle. “‘Quando vocês ficarem irados, não pequem’. Apazigúem a sua ira antes que o sol se ponha” (Ef 4.26). A pessoa sábia dá uma resposta branda, ignora uma ofensa e acalma a contenda. O ensino da bondade está na língua da Mulher Valente. Uma pessoa assim é “melhor... do que o guerreiro”. No ambiente de trabalho, essas pessoas são essenciais quando as irritações aumentam ou os ânimos se exaltam. [1] Como seguidores de Jesus Cristo, podemos viver o fruto do Espírito de Deus quando controlamos nossa língua, não apenas evitando falar com raiva, mas também sendo uma influência de calma em uma atmosfera às vezes contenciosa.
O trabalhador sábio abençoa os outros
As bênçãos de uma língua sábia repousam sobre a realidade de que “A palavra proferida no tempo certo é como frutas de ouro incrustadas numa escultura de prata. Como brinco de ouro e enfeite de ouro fino é a repreensão dada com sabedoria a quem se dispõe a ouvir” (Pv 25.11-12). No ambiente de trabalho, muitas vezes estamos cercados por colegas de trabalho ansiosos, e uma boa palavra pode ser exatamente o que eles precisam. “O coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra bondosa o anima” (Pv 12.25). Estamos prontos para dar essa boa palavra, porque “o falar amável é árvore de vida” (Pv 15.4). Verdadeiramente, “a língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto” (Pv 18.21).
No ambiente de trabalho eletrônico de hoje, a “língua” não se limita às nossas palavras audíveis. Fofocas, mentiras e palavras iradas podem viajar na velocidade da luz por e-mails, blogs, tweets e mídias sociais. Somos chamados a ter discernimento, a reconhecer que morte e vida realmente estão nas palavras que usamos com ou contra outra pessoa no ambiente de trabalho.
O trabalhador sábio é modesto (Provérbios)
Voltar ao índice Voltar ao índiceOs provérbios recomendam a modéstia, tanto na atitude (evite o orgulho excessivo) quanto no uso do dinheiro (evite gastos excessivos). Essas virtudes não aparecem na descrição da Mulher Valente. Mas aparecem com tanta força em outros lugares de Provérbios e se aplicam tão diretamente ao trabalho, que não podemos fazer justiça ao livro sem mencioná-los.
O trabalhador modesto não é orgulhoso
“O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda. Melhor é ter espírito humilde entre os oprimidos do que partilhar despojos com os orgulhosos” (Pv 16.18-19). O versículo 18 pode ser o provérbio mais famoso de todos. Existem outros.
Quando vem o orgulho, chega a desgraça, mas a sabedoria está com os humildes. (Pv 11.2)
A vida de pecado dos ímpios se vê no olhar orgulhoso e no coração arrogante. (Pv 21.4)
O orgulho do homem o humilha, mas o de espírito humilde obtém honra. (Pv 29.23).
Esses provérbios são mandamentos contra o respeito próprio? Não, eles nos chamam para viver em tal reverência a Deus (o “temor do Senhor”) que podemos nos ver como realmente somos e podemos ser honestos conosco mesmos a respeito de nós mesmos. Se temermos ao Senhor, não precisaremos mais temer nossa autoimagem e podemos deixar de tentar nos orgulhar. É descansar no conhecimento de que Deus finalmente triunfará sobre este mundo marcado pelo pecado e destruição. O Senhor conhece o caminho dos justos — mesmo no ambiente de trabalho. No final, Deus levanta aqueles que confiam nele.
O trabalhador modesto não é movido pela atração da riqueza
O antigo sábio Agur — a fonte da penúltima coleção de ditos do livro — nos deixou uma oração sábia. “Duas coisas peço que me dês antes que eu morra: Mantém longe de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Se não, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: ‘Quem é o Senhor?’ Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus” (Pv 30.7-9). Estas são palavras sábias para nós no ambiente de trabalho: “Não me dês nem pobreza nem riqueza”.
Trabalhamos para ganhar a vida, desfrutar de certa medida de conforto e segurança, sustentar nossa família e contribuir com algo para os pobres e a comunidade em geral. Isso é suficiente ou somos levados a lutar por mais? Agur mostra que esse desejo de ter mais está ligado a deixar Deus de fora de nossa vida, a ignorar nosso Criador e seus propósitos para nós. Agur também ora para que ele não viva na pobreza, mas que Deus forneça o alimento de que precisa. Esta é uma oração legítima. Jesus nos ensinou a orar: “Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia” (Mt 6.11).
Mas, se transformarmos nosso trabalho em uma busca por riqueza cada vez maior — ganância, em outras palavras —, deixamos o caminho da sabedoria. Podemos buscar riqueza — conscientemente ou não — porque ela parece oferecer evidências concretas de nosso sucesso e autoestima. Mas o conforto da riqueza é imaginário. “A riqueza dos ricos é a sua cidade fortificada, eles a imaginam como um muro que é impossível escalar” (Pv 18.11). “O rico pode até se julgar sábio, mas o pobre que tem discernimento o conhece a fundo” (Pv 28.11). Na realidade, a riqueza não acaba com os problemas. Ela meramente substitui os problemas da pobreza pelos problemas da riqueza. “As riquezas de um homem servem de resgate para a sua vida, mas o pobre nunca recebe ameaças” (Pv 13.8). A riqueza não pode realmente nos fazer sentir mais seguros. “Quem confia em suas riquezas certamente cairá” (Pv 11.28). Devemos estar atentos, especialmente contra o sacrifício da riqueza da vida para obter as riquezas do dinheiro. “O invejoso é ávido por riquezas, e não percebe que a pobreza o aguarda” (Pv 28.22). “Não esgote suas forças tentando ficar rico; tenha bom senso!” (Pv 23.4). Em particular, os sábios se preocupam mais com sua reputação honesta do que com suas contas bancárias. “A boa reputação vale mais que grandes riquezas; desfrutar de boa estima vale mais que prata e ouro” (Pv 22.1).
Os provérbios não se opõem à riqueza em si. Na verdade, a riqueza pode ser uma bênção. “A bênção do Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma” (Pv 10.22). É a obsessão pela riqueza que causa danos.
No mínimo, os provérbios da modéstia nos lembram que nossa análise do livro pelas lentes da Mulher Valente pode ser um guia útil, mas não esgota as contribuições do livro para a teoria e a prática do trabalho. Todos os provérbios merecem um estudo mais aprofundado, além dos vislumbres vistos neste artigo! Incentivamos aqueles que acharem este artigo útil a continuar lendo os provérbios para descobrir outros significados e aplicações e a refletir sobre sua própria experiência à luz da sabedoria de Deus.
Conclusão de Provérbios
Voltar ao índice Voltar ao índiceNo final, nossos hábitos de trabalho são moldados por nosso caráter, que, por sua vez, é moldado pelo conhecimento da revelação de nosso Senhor e por nosso temor por ele. À medida que passamos a conhecer nosso Senhor mais intimamente, nosso caráter é transformado para se tornar semelhante ao caráter de Deus. De fato, “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv 9.10). A sabedoria traz vida a todas as esferas da vida, incluindo o ambiente de trabalho, onde a maioria de nós passa a maior parte de nossas horas de vigília. A sabedoria nos leva a ações confiáveis, à diligência, à perspicácia saudável, à generosidade e à justiça para com os necessitados, ao controle do que dizemos e a uma vida humilde. Em sabedoria, confiamos em Deus para moldar nosso destino e assumir o controle de nossos objetivos. “Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos” (Pv 16.3).
Índice de temas e versículos-chave em Provérbios
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Versículos do livro de Provérbios | |
Pv 1.1-2 Estes são os provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel. Eles ajudarão a experimentar a sabedoria e a disciplina; a compreender as palavras que dão entendimento. | |
Pv 1.2-7 Eles ajudarão a experimentar a sabedoria e a disciplina; a compreender as palavras que dão entendimento ... O temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina. | |
Pv 1.4 Ajudarão a dar prudência aos inexperientes e conhecimento e bom senso aos jovens. | |
Pv 1.4-5 Ajudarão a dar prudência aos inexperientes e conhecimento e bom senso aos jovens. Se o sábio lhes der ouvidos, aumentará seu conhecimento, e quem tem discernimento obterá orientação... | |
Pv 1.5-6 Se o sábio lhes der ouvidos, aumentará seu conhecimento, e quem tem discernimento obterá orientação para compreender provérbios e parábolas, ditados e enigmas dos sábios. | |
Pv 1.20-33 A sabedoria clama em alta voz nas ruas, ergue a voz nas praças públicas ... quem me ouvir viverá em segurança e estará tranquilo, sem temer nenhum mal. | |
Pv 2.1,5 Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e guardar no coração os meus mandamentos... então você entenderá o que é temer o Senhor e achará o conhecimento de Deus. | |
Pv 2.5-6 Você entenderá o que é temer o Senhor e achará o conhecimento de Deus. Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o conhecimento e o discernimento. | |
Pv 2.6 Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o conhecimento e o discernimento. | |
Pv 3.5 Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento. | |
Pv 3.7 Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema o Senhor e evite o mal. | |
Pv 3.21 Meu filho, guarde consigo a sensatez e o equilíbrio, nunca os perca de vista. | |
Pv 3.24 Seu sono será tranquilo. | |
Pv 3.27-28 Quanto lhe for possível, não deixe de fazer o bem a quem dele precisa. Não diga ao seu próximo: “Volte amanhã, e eu lhe darei algo”, se pode ajudá-lo hoje. | |
Pv 4.11 Eu o conduzi pelo caminho da sabedoria e o encaminhei por veredas retas. | |
Pv 6.6-11 Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! ... Tirando uma soneca, cochilando um pouco, cruzando um pouco os braços para descansar, a sua pobreza o surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade lhe sobrevirá como um homem armado. | |
Pv 6.16 Há seis coisas que o odeia... | |
Pv 6.16-19 Há seis coisas que o Senhor odeia, sete coisas que ele detesta: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que traça planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, a testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos. | |
Pv 6.17 ... olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente. | |
Pv 6.24 ... eles o protegerão da mulher imoral, e dos falsos elogios da mulher leviana. | |
Pv 8.6-7 Ouçam, pois tenho coisas importantes para dizer; os meus lábios falarão do que é certo. Minha boca fala a verdade, pois a maldade causa repulsa aos meus lábios. | |
Pv 8.15 Por meu intermédio os reis governam, e as autoridades exercem a justiça. | |
Pv 8.35-36 Pois todo aquele que me encontra, encontra a vida e recebe o favor do Senhor. Mas aquele que de mim se afasta, a si mesmo se agride; todos os que me odeiam amam a morte. | |
Pv 9.10 O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento. | |
Pv 10.4-5 As mãos preguiçosas empobrecem o homem, porém as mãos diligentes lhe trazem riqueza. Aquele que faz a colheita no verão é filho sensato, mas aquele que dorme durante a ceifa é filho que causa vergonha. | |
Pv 10.18 Quem esconde o ódio tem lábios mentirosos, e quem espalha calúnia é tolo. | |
Pv 10.18-19 Quem esconde o ódio tem lábios mentirosos, e quem espalha calúnia é tolo. Quando são muitas as palavras, o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato. | |
Pv 10.20 A língua dos justos é prata escolhida, mas o coração dos ímpios quase não tem valor. | |
Pv 10.22 A bênção do Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma. | |
Pv 10.26 Como o vinagre para os dentes e a fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o enviam. | |
Pv 10.31 A boca do justo produz sabedoria, mas a língua perversa será extirpada. | |
Pv 11.1 O Senhor repudia balanças desonestas, mas os pesos exatos lhe dão prazer. | |
Pv 11.2 Quando vem o orgulho, chega a desgraça, mas a sabedoria está com os humildes. | |
Pv 11.3 A integridade dos justos os guia, mas a falsidade dos infiéis os destrói. | |
Pv 11.12-13 O homem que não tem juízo ridiculariza o seu próximo, mas o que tem entendimento refreia a língua. Quem muito fala trai a confidência, mas quem merece confiança guarda o segredo. | |
Pv 11.24-26 Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. ... O povo amaldiçoa aquele que esconde o trigo, mas a bênção coroa aquele que logo se dispõe a vendê-lo. | |
Pv 11.28 Quem confia em suas riquezas certamente cairá, mas os justos florescerão como a folhagem verdejante. | |
Pv 12.11 Quem trabalha a sua terra terá fartura de alimento, mas quem vai atrás de fantasias não tem juízo. | |
Pv 12.17-20 A testemunha fiel dá testemunho honesto, mas a testemunha falsa conta mentiras. Há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura. Os lábios que dizem a verdade permanecem para sempre, mas a língua mentirosa dura apenas um instante. O engano está no coração dos que maquinam o mal, mas a alegria está entre os que promovem a paz. | |
Pv 12.18 Há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura. | |
Pv 12.19 Os lábios que dizem a verdade permanecem para sempre, mas a língua mentirosa dura apenas um instante. | |
Pv 12.22 O Senhor odeia os lábios mentirosos, mas se deleita com os que falam a verdade. | |
Pv 12.24 As mãos diligentes governarão, mas os preguiçosos acabarão escravos. | |
Pv 12.25 O coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra bondosa o anima. | |
Pv 13.5 Os justos odeiam o que é falso, mas os ímpios trazem vergonha e desgraça. | |
Pv 13.8 As riquezas de um homem servem de resgate para a sua vida, mas o pobre nunca recebe ameaças. | |
Pv 14.16 O sábio é cauteloso e evita o mal, mas o tolo é impetuoso e irresponsável. | |
Pv 14.21 Quem despreza o próximo comete pecado, mas como é feliz quem trata com bondade os necessitados! | |
Pv 14.25 A testemunha que fala a verdade salva vidas, mas a testemunha falsa é enganosa. | |
Pv 14.31 Oprimir o pobre é ultrajar o seu Criador, mas tratar com bondade o necessitado é honrar a Deus. | |
Pv 15.1 A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira. | |
Pv 15.2 A língua dos sábios torna atraente o conhecimento, mas a boca dos tolos derrama insensatez. | |
Pv 15.3 Os olhos do Senhor estão em toda parte. | |
Pv 15.4 O falar amável é árvore de vida, mas o falar enganoso esmaga o espírito. | |
Pv 15.18 O homem irritável provoca dissensão, mas quem é paciente acalma a discussão. | |
Pv 15.22 Os planos fracassam por falta de conselho, mas são bem-sucedidos quando há muitos conselheiros. | |
Pv 16.1 Ao homem pertencem os planos do coração, mas do Senhor vem a resposta da língua. | |
Pv 16.3 Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos. | |
Pv 16.8 É melhor ter pouco com retidão do que muito com injustiça. | |
Pv 16.11 Balanças e pesos honestos vêm do Senhor; todos os pesos da bolsa são feitos por ele. | |
Pv 16.12 Os reis detestam a prática da maldade, porquanto o trono se firma pela justiça. | |
Pv 16.13 O rei se agrada dos lábios honestos, e dá valor ao homem que fala a verdade. | |
Pv 16.18-19 O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda. Melhor é ter espírito humilde entre os oprimidos do que partilhar despojos com os orgulhosos. | |
Pv 16.27-28 O homem sem caráter maquina o mal; suas palavras são um fogo devorador. O homem perverso provoca dissensão, e o que espalha boatos afasta bons amigos. | |
Pv 16.32 Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade. | |
Pv 17.4 O ímpio dá atenção aos lábios maus; o mentiroso dá ouvidos à língua destruidora. | |
Pv 17.5 Quem zomba dos pobres mostra desprezo pelo Criador deles; quem se alegra com a desgraça não ficará sem castigo. | |
Pv 17.20 O homem de coração perverso não prospera, e o de língua enganosa cai na desgraça. | |
Pv 17.28 Até o insensato passará por sábio, se ficar quieto, e, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento. | |
Pv 18.6-8 As palavras do tolo provocam briga, e a sua conversa atrai açoites. A conversa do tolo é a sua desgraça, e seus lábios são uma armadilha para a sua alma. As palavras do caluniador são como petiscos deliciosos; descem até o íntimo do homem. | |
Pv 18.9 Quem relaxa em seu trabalho é irmão do que o destrói. | |
Pv 18.11 A riqueza dos ricos é a sua cidade fortificada, eles a imaginam como um muro que é impossível escalar. | |
Pv 18.21 A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto. | |
Pv 19.5 A testemunha falsa não ficará sem castigo, e aquele que despeja mentiras não sairá livre. | |
Pv 19.11 A sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar as ofensas. | |
Pv 19.14 Casas e riquezas herdam-se dos pais, mas a esposa prudente vem do Senhor. | |
Pv 19.17 Quem trata bem os pobres empresta ao Senhor, e ele o recompensará. | |
Pv 19.21 Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do Senhor. | |
Pv 19.23 O temor do Senhor conduz à vida: quem o teme pode descansar em paz, livre de problemas. | |
Pv 20.10 Pesos adulterados e medidas falsificadas são coisas que o Senhor detesta. | |
Pv 20.13 Não ame o sono. | |
Pv 20.14 “Não vale isso! Não vale isso!”, diz o comprador, mas, quando se vai, gaba-se do bom negócio. | |
Pv 20.17 Saborosa é a comida que se obtém com mentiras, mas depois dá areia na boca. | |
Pv 20.18 Os conselhos são importantes para quem quiser fazer planos, e quem sai à guerra precisa de orientação. | |
Pv 20.19 Quem vive contando casos não guarda segredo; por isso, evite quem fala demais. | |
Pv 20.23 O Senhor detesta pesos adulterados, e balanças falsificadas não o agradam. | |
Pv 21.4 A vida de pecado dos ímpios se vê no olhar orgulhoso e no coração arrogante. | |
Pv 21.5 Os planos bem elaborados levam à fartura; mas o apressado sempre acaba na miséria. | |
Pv 21.6 A fortuna obtida com língua mentirosa é ilusão fugidia e armadilha mortal. | |
Pv 21.13 Quem fecha os ouvidos ao clamor dos pobres também clamará e não terá resposta. | |
Pv 21.23 Quem é cuidadoso no que fala evita muito sofrimento. | |
Pv 21.30 Não há sabedoria alguma, nem discernimento algum, nem plano algum que possa opor-se ao Senhor. | |
Pv 22.1 A boa reputação vale mais que grandes riquezas; desfrutar de boa estima vale mais que prata e ouro. | |
Pv 22.6 (NAA) Ensine a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele. | |
Pv 22.8-9 Quem semeia a injustiça colhe a maldade; o castigo da sua arrogância será completo. Quem é generoso será abençoado, pois reparte o seu pão com o pobre. | |
Pv 22.16 Tanto quem oprime o pobre para enriquecer-se como quem faz cortesia ao rico, com certeza passarão necessidade. | |
Pv 22.22-23 Não explore os pobres por serem pobres, nem oprima os necessitados no tribunal, pois o Senhor será o advogado deles, e despojará da vida os que os despojarem. | |
Pv 23.4 Não esgote suas forças tentando ficar rico; tenha bom senso! | |
Pv 23.10-11 Não mude de lugar os antigos marcos de propriedade, nem invada as terras dos órfãos, pois aquele que defende os direitos deles é forte. Ele lutará contra você para defendê-los. | |
Pv 23.23 Compre a verdade e não abra mão dela, nem tampouco da sabedoria, da disciplina e do discernimento. | |
Pv 24.17 Não se alegre quando o seu inimigo cair, nem exulte o seu coração quando ele tropeçar, | |
Pv 24.27 Termine primeiro o seu trabalho a céu aberto; deixe pronta a sua lavoura. Depois constitua família. | |
Pv 24.28 Não testemunhe sem motivo contra o seu próximo nem use os seus lábios para enganá-lo. | |
Pv 24.30-34 Passei pelo campo do preguiçoso, pela vinha do homem sem juízo ... “Vou dormir um pouco”, você diz. “Vou cochilar um momento; vou cruzar os braços e descansar mais um pouco”, mas a pobreza lhe sobrevirá como um assaltante, e a sua miséria como um homem armado. | |
Pv 25.5 Quando os ímpios são retirados da presença do rei, a justiça firma o seu trono. | |
Pv 25.11-12 A palavra proferida no tempo certo é como frutas de ouro incrustadas numa escultura de prata. Como brinco de ouro e enfeite de ouro fino é a repreensão dada com sabedoria a quem se dispõe a ouvir. | |
Pv 25.15 Com muita paciência pode-se convencer a autoridade, e a língua branda quebra até ossos. | |
Pv 25.18 Como um pedaço de pau, uma espada ou uma flecha aguda é o que dá falso testemunho contra o seu próximo. | |
Pv 25.21-22 Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele, e o Senhor recompensará você. | |
Pv 25.23 Como o vento norte traz chuva, assim a língua fingida traz o olhar irado. | |
Pv 26.20-21 Sem lenha a fogueira se apaga; sem o caluniador morre a contenda. O que o carvão é para as brasas e a lenha para a fogueira, o amigo de brigas é para atiçar discórdias. | |
Pv 26.24-25 Quem odeia disfarça as suas intenções com os lábios, mas no coração abriga a falsidade. Embora a sua conversa seja mansa, não acredite nele, pois o seu coração está cheio de maldade. | |
Pv 26.28 A língua mentirosa odeia aqueles a quem fere, e a boca lisonjeira provoca a ruína. | |
Pv 27.1 Não se gabe do dia de amanhã, pois você não sabe o que este ou aquele dia poderá trazer. | |
Pv 27.23-27 Esforce-se para saber bem como suas ovelhas estão, dê cuidadosa atenção aos seus rebanhos, pois as riquezas não duram para sempre, e nada garante que a coroa passe de uma geração a outra. ... Haverá fartura de leite de cabra para alimentar você e sua família, e para sustentar as suas servas. | |
Pv 28.2 A ordem se mantém com um líder sábio e sensato. | |
Pv 28.8 Quem aumenta sua riqueza com juros exorbitantes ajunta para algum outro, que será bondoso com os pobres. | |
Pv 28.11 O rico pode até se julgar sábio, mas o pobre que tem discernimento o conhece a fundo. | |
Pv 28.19 Quem lavra sua terra terá comida com fartura, mas quem persegue fantasias se fartará de miséria. | |
Pv 28.22 O invejoso é ávido por riquezas, e não percebe que a pobreza o aguarda. | |
Pv 28.23 Quem repreende o próximo obterá por fim mais favor do que aquele que só sabe bajular. | |
Pv 28.27 Quem dá aos pobres não passará necessidade, mas quem fecha os olhos para não vê-los sofrerá muitas maldições. | |
Pv 29.4 O rei que exerce a justiça dá estabilidade ao país, mas o que gosta de subornos o leva à ruína. | |
Pv 29.14 Se o rei julga os pobres com justiça, seu trono estará sempre seguro. | |
Pv 29.23 O orgulho do homem o humilha, mas o de espírito humilde obtém honra. | |
Pv 29.24 O cúmplice do ladrão odeia a si mesmo; posto sob juramento, não ousa testemunhar. | |
Pv 30.7-9 Duas coisas peço que me dês antes que eu morra: Mantém longe de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Se não, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: ‘Quem é o Senhor?’ Se eu ficasse pobre, poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus. | |
Pv 30.17 Os olhos de quem zomba do pai, e, zombando, nega obediência à mãe, serão arrancados pelos corvos do vale, e serão devorados pelos filhotes do abutre. | |
Pv 31.3 Não gaste sua força com mulheres, seu vigor com aquelas que destroem reis. | |
Pv 31.10 Uma esposa exemplar; feliz quem a encontrar! É muito mais valiosa que os rubis. | |
Pv 31.11 Seu marido tem plena confiança nela. | |
Pv 31.12,28 Ela só lhe faz o bem, e nunca o mal, todos os dias da sua vida. ... Seus filhos se levantam e a elogiam; seu marido também a elogia. | |
Pv 31.13 Escolhe a lã e o linho e com prazer trabalha com as mãos. | |
Pv 31.13-14 Escolhe a lã e o linho e com prazer trabalha com as mãos. Como os navios mercantes, ela traz de longe as suas provisões. | |
Pv 31.14 Como os navios mercantes, ela traz de longe as suas provisões. | |
Pv 31.15 Antes de clarear o dia ela se levanta, prepara comida para todos os de casa, e dá tarefas às suas servas. | |
Pv 31.16 Ela avalia um campo e o compra; com o que ganha planta uma vinha. | |
Pv 31.17 Entrega-se com vontade ao seu trabalho; seus braços são fortes e vigorosos. | |
Pv 31.18 Administra bem o seu comércio lucrativo, e a sua lâmpada fica acesa durante a noite. | |
Pv 31.19 Nas mãos segura o fuso e com os dedos pega a roca. | |
Pv 31.20 Acolhe os necessitados e estende as mãos aos pobres. | |
Pv 31.21-22 Não teme por seus familiares quando chega a neve, pois todos eles vestem agasalhos. Faz cobertas para a sua cama; veste-se de linho fino e de púrpura. | |
Pv 31.23 Seu marido é respeitado na porta da cidade, onde toma assento entre as autoridades da sua terra. | |
Pv 31.24 Ela faz vestes de linho e as vende, e fornece cintos aos comerciantes. | |
Pv 31.25 Reveste-se de força e dignidade; sorri diante do futuro. | |
Pv 31.26 Fala com sabedoria e ensina com amor. | |
Pv 31.27 Cuida dos negócios de sua casa. | |
Pv 31.30 A beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a mulher que teme o Senhor será elogiada. | |
Pv 31.31 Que ela receba a recompensa merecida, e as suas obras sejam elogiadas à porta da cidade. | |
Versículos de outros livros da Bíblia | |
Gn 2.15 O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo. | |
Êx 1.15-20 O rei do Egito ordenou às parteiras dos hebreus, que se chamavam Sifrá e Puá: “Quando vocês ajudarem as hebreias a dar à luz, verifiquem se é menino. Se for, matem-no; se for menina, deixem-na viver”. Todavia, as parteiras temeram a Deus e não obedeceram às ordens do rei do Egito; deixaram viver os meninos. Então o rei do Egito convocou as parteiras e lhes perguntou: “Por que vocês fizeram isso? Por que deixaram viver os meninos?” Responderam as parteiras ao faraó: “As mulheres hebreias não são como as egípcias. São cheias de vigor e dão à luz antes de chegarem as parteiras”. Deus foi bondoso com as parteiras; e o povo ia se tornando ainda mais numeroso, cada vez mais forte. | |
Êx 20.16 Não darás falso testemunho contra o teu próximo. | |
Js 2.1 Então Josué, filho de Num, enviou secretamente de Sitim dois espiões e lhes disse: “Vão examinar a terra, especialmente Jericó”. Eles foram e entraram na casa de uma prostituta chamada Raabe, e ali passaram a noite. | |
1Sm 21.1-3 Davi foi falar com o sacerdote Aimeleque, em Nobe. Aimeleque tremia de medo quando se encontrou com ele, e perguntou: “Por que você está sozinho? Ninguém veio com você?” Respondeu Davi: “O rei me encarregou de uma certa missão e me disse: ‘Ninguém deve saber coisa alguma sobre sua missão e sobre as suas instruções’. ... Dê-me cinco pães ou algo que tiver”. | |
1Cr 7.2 Estes foram os filhos de Tolá: Uzi, Refaías, Jeriel, Jamai, Ibsão e Samuel, chefes dos seus clãs. No reinado de Davi, os descendentes de Tolá alistados em suas genealogias como homens de combate eram 22.600. | |
Mt 6.11 Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. | |
Mt 6.34 Não se preocupem com o amanhã. | |
Mt 10.16 Sejam astutos como as serpentes e sem malícia como as pombas. | |
Mt 25.14-30 E também será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade. ... ‘A quem tem, mais será dado, e terá em grande quantidade. Mas a quem não tem, até o que tem lhe será tirado. E lancem fora o servo inútil, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes’. | |
Lc 14.28-30 Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo: “Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar”. | |
Rm 1.29 Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros... | |
Rm 12.21 Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem. | |
Ef 4.15 Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. | |
Ef 4.26 “Quando vocês ficarem irados, não pequem”. Apazigúem a sua ira antes que o sol se ponha. |